Divina Liturgia pelos falecidos (Missa Fúnebre)

São Cirilo de Jerusalém, um dos Santos Padres da Igreja, ensinou: “Indizível é o benefício que recebem aquelas almas pelas quais se elevam as orações, quando se encontra perante os nossos olhos o sacrossanto e temível sacrifício.” Ele se referia ao sacrifício do Calvário, da Cruz, de Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, que ofereceu um sacrifício pleno e perfeito pelos pecados de todos, no qual ele mesmo foi Sacerdote e vítima imaculada, e a Divina Liturgia (Santa Missa) , quando a Igreja na terra se une à Igreja nos Céus, é a renovação, de forma espiritual e incruenta, daquele sacrifício salvífico, renovando-se, a nosso favor, os méritos da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, que podemos aplicar, nas intenções da Missa e em nossas orações nela feitas, às almas dos fiéis falecidos.

Assim, a Divina Liturgia pelos falecidos não é simplesmente uma homenagem que se presta a eles nem é apenas um evento de solidariedade, mas, sim, a Missa em sufrágio de suas almas, pelo perdão de seus pecados, segundo a misericórdia de Deus. Devemos entender, ainda, que, acima de tudo, a Divina Liturgia é oferecida à Trindade Santa, Pai, Filho e Espírito Santo, para sua glorificação e louvor, em ação de graças e súplica dos fiéis, e nela pedimos pelos que partiram deste mundo.

Igualmente, ao rezar assim por eles, não estamos celebrando um mero memorial, uma celebração em memória deles somente, menos ainda uma fórmula de elegia fúnebre, pela qual devam ser eles elogiados e exaltados, pois estamos falando a Deus em favor deles, razão de pedirmos, nas Missas fúnebres: “Que se lhes perdoe toda culpa, quer voluntária, quer involuntária...” “Perdoa-lhes, ó Deus bom e misericordioso, todo pecado cometido por pensamento, palavra e ação; porque não há ser humano que não peque...”

Tudo isso é fonte de consolo para os enlutados e incentivo para que busquemos maior comunhão com Deus nesta vida e continuemos rezando por aqueles que adormeceram em Cristo.